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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Saco de Soldi (I Parte)

Parte da relação da dota de uma noiva, registrada em cartório, 1905.

O imigrante italiano ao deixar a terra natal trouxe consigo toda a sua riqueza material - um saco de roupas e alguns utensílios domésticos. Ao chegar ao destino tomou posse de uma área de terra realizando o sonho de ser dono do seu próprio chão. Desse momento em diante iniciou a construção da sua própria história. Os jovens casais encheram de vida as pequenas casas realizando o milagre da multiplicação. Junto ao sucesso nascia a liberdade e com ela a responsabilidade do seu próprio destino

Para uns imigrantes a herança era um fato novo; para outros uma fonte de preocupação no meio familiar. Como diziam os velhos de Nova Veneza: A noiva é o maior dote do noivo. Muitos noivos ficavam mirando com um olho a noiva e com o outro o dote dela. A divisão dos bens amealhados em vida pelos genitores era uma novidade para a maioria no mundo imigrante. A mulher era uma figura que ficava em segundo plano no processo das partilhas porque cedo se desligava do núcleo da familiar para formar uma nova família. Muitas receberam no enxoval unicamente a máquina de costura e dois sacos de roupas. Com a morte do cabeça da família provocava a perda da tranqüilidade e em alguns casos até a fraternidade. É nesse ambiente que muitas vezes se iniciava um processo de contaminação negativa no seio familiar. As partilhas provocavam as mais diversas reações entre os envolvidos. Como diziam os nonos: - Sempre tem o mal contento nesse assunto. A cobiça, a inveja e o ódio nascem quando se “frunha tel saco de soldi”.
Plínio Mioranza 

Um comentário:

Anônimo disse...

Hum! Gostei de ver! A dota registrada em cartorio! Muito prevenidos!

Com o tempo o noivo e capaz de esquecer o valor do enxoval da
noiva. Diria! A mente, mente!

Muito bem pensado pelos pais da
noiva.Gostei!

Parabens a sabedoria dos velhos!

Leonor!