O que é Fazer a Coisa Certa, subtítulo da obra de Michael Sandel Justiça
(2009), recém-lançada no Brasil pela Editora Civilização Brasileira, é um livro
que ninguém pode deixar de ler. Professor, político, executivo, empresário,
operário, comerciante ou estudioso de ética encontram nele um texto acessível e,
ao mesmo tempo, profundo.
Sandel é professor da Universidade de Harvard,
de grande sucesso naquela instituição e também no mundo. Seu livro pode ser lido
como um romance e, no entanto, é uma reflexão moral e política, ilustrada
constantemente com situações e exemplos. Tem o objetivo de mostrar as maneiras
básicas de pensar sobre a justiça: enquanto bem-estar, liberdade e
virtude.
Não faz história das ideias éticas, mas introduz, de modo direto
e objetivo, o pensamento dos grandes autores nas análises de situações reais.
Sandel parte de problemas de ética, de corrupção, presentes na mídia. Analisa-os
e mostra como as teorias contribuem ou não para esclarecê-los. Para falar sobre
a equidade e a justiça em Rawls, por exemplo, ele começa dizendo que trafegar
por uma estrada, respeitar as leis de trânsito, é um modo de respeitar a
Constituição. Quem alega que não entende os discursos teóricos, lendo esses
capítulos passará a compreender como todos os atos estão perpassados pela
dimensão da moralidade.
- A escrita salva a falta de memória. Pode
recordar o passado para melhor projetar o presente e o futuro. Pode ser uma
forma de reconhecer do trabalho dos antepassados e ensinar às novas gerações
como foram desbravados os difíceis e amargos caminhos do colonizador. Fez-se
exatamente isso com 1884-2009 – 125 anos de Colonização do Travessão Alfredo
Chaves de Flores da Cunha. Graças à gentileza de Plínio Mioranza, tenho em
minhas mãos um livro de mais de 500 páginas sobre a colonização do Alfredo
Chaves (1884-2009).
- É uma obra coletiva, de iniciativa privada, porém,
com o apoio público. É resultado do trabalho de uma equipe de pesquisa, composta
por Alfeu Scortegagna, Antonio Alvise Mioranza, Benedetto Ferrarini, Gilson
Tiago Deboni, Gissely Lovato Vailatti, Helena Reginato, Jayme Viapiana e Plínio
Mioranza; e de uma comissão de festejos do Centenário e dos 125 anos de
Colonização. A realização é da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e
Desporto da prefeitura de Flores da Cunha, com o apoio da Universidade de Caxias
do Sul e do Sindicato das Indústrias Metalúrgica, Mecânicas e de Material
Elétrico de Caxias do Sul.
- Mais do que um livro, publicado com o selo
da Editora Novo Ciclo, é um monumento de reverência à memória de gerações de
centenas e milhares de pessoas que fizeram ou passaram por essa localidade. É
registro histórico e também afetivo. É o levantamento das famílias e seus
descendentes, ilustrado com material fotográfico. É um elogio aos seus
antepassados e ato de justiça que dignifica a todos, pois quem reconhece os
outros é digno igualmente de gratidão das gerações futuras.