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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Carta da Maria!

Guerino Stuani e Grandília Cavagnoli Stuani


 

Guerino, filho de Remígio Stuani e Zelinda Malacarne . Remígio, filho de Giovani Stuani e Maria Genovesi.

Grandília, filha de Giàcomo Giovani Cavagnoli e Bàrbara Bresciani .

Giàcomo, filho de Giovani Cavagnoli e Catherina Curbano ;

Bàrbara, filha de Giovani Bresciani e Emilia Ghisi.

Guerino e Grandilia nasceram em Trav. Felisberto da Silva, Linha 80, Capela Santo Antônio. Guerino nasceu em novembro de 1901 e Grandília em outubro de 1907. Guerino tinha 13 irmãos e Grandília 7 irmãos. Sua infância foi semelhante a de todas as crianças da época.

Por volta dos 14 ou 15 anos, durante algum tempo ( aproximadamente uns dois anos), Guerino trabalhou de carreteiro para a família Bedin de Nova Pádua, transportando produtos até São Sebastião do Caí, onde havia porto fluvial. Naquele tempo, com esta idade, o rapaz era considerado e tratado como homem feito. A vida era dura e a responsabilidade para com o grupo familiar era grande. Todos deviam dar sua contribuição.

Nos momentos de "bate papo", Guerino contava aos outros, as peripécias que viveram aqueles heróis do transporte no início dos anos 1900.

Grandília fazia parte do grupo dos filhos mais velhos da família de Giàcomo Cavagnoli, era a 4ª, e era a única menina da família, na época (eve outra irmã : a penúltima da família), por isso começou a ser responsável muito cedo, com oito ou nove anos já fazia todo serviço doméstico e cuidava dos irmãos.

Neste período, na Linha 80, iniciou a Escola e o Professor era o Sr. Severo Ravizzoni, pessoa que viria a ser prefeito do município de Flores da Cunha, mas nesta época era ainda Nova Trento, distrito de Caxias. Grandília gostava muito de estudar, mas não podia fazê-lo porque era responsável pelos irmãos e os afazeres domésticos. Contudo, o sonho de estudar falou mais forte: ela procurava deixar tudo encaminhado, colocava os irmãos a dormir e fugia para a escola receber os ensinamentos. Ficava por uma hora ou pouco mais e depois pedia para o "Maestro" avisá-la quando devia sair. Por algum tempo conseguiu conciliar a situação, com a cumplicidade do Sr. Ravizzoni.

Quando se atrasava com os trabalhos caseiros, ficava angustiada e o pai Giàcomo desconfiava de algo errado. O professor conhecia a situação e se preocupava com a aluninha que tinha tanta boa vontade de aprender e estudar. Numa ocasião que se encontrou com o Sr. Giàcomo, o professor Severo falou-lhe de Grandília e perguntou porque não deixava a menina ir para a escola normalmente. Nono Giàcomo fingiu normalidade e disse que ela precisava ajudar em casa. Ao voltar para casa, teve uma conversa séria com Grandília, por ter desobedecido os pais, e ela levou uma tremenda surra. Teve de desistir da escola.

Mas ela não se deu por vencida. Direcionou seus talentos para outro caminho. Aos poucos, foi aprendendo a remendar a roupas da família, depois começou a costurar com ajuda da mãe Bárbara.Aos doze anos, costurava as roupas de trabalho para toda família. Mais tarde foi tomar algumas lições de corte e costura com uma costureira famosa que residia na Linha Sessenta, pertencente à Família Tomazzoni, que, por ser baixinha, todos a conheciam como a "Tomazina". A partir desta época, Grandília se transformou numa grande costureira.

Ela e sua amiga Antenisca eram muito ligadas e quando faziam uma roupa nova, confeccionava os vestidos das duas em modelo e tecido exatamente iguais. Pareciam gêmeas. Havia quem perguntasse se eram realmente gêmeas. Estavam sempre juntas, iam para a Capela, para os bailes, realizados no domingo à tarde ( pois o pai somente deixava dançar durante o dia... de noite?... nem pensar), enfim, eram amigas de toda hora. Iam crescendo juntas.

O tempo passando lento e Grandília, convivendo com a família da amiga, conhecia o irmão da mesma, Guerino, e foi se apaixonando por ele. Entretanto, ao chegar aos 18 anos, Guerino foi convocado para servir a Pátria, no Exército Nacional, em Santo Angelo, durante dois anos.Segundo informação de algumas pessoas, pode ter sido a primeira convocação para o exército, no Brasil.

No dia em que ele partiu, as duas o acompanharam até Caxias, a cavalo ( transporte da época), onde tomaria o trem.

No retorno, trazendo o animal que Guerino montara, as duas voltaram chorando: uma, pela separação do irmão, a outra, pela separação do seu amor.

Há de se levar em consideração um aspecto curioso: os dois moravam perto, suas casas se localizavam uma na frente da outra. Foi também, devido a este fator, que as duas amigas eram tão próximas afetivamente: nasceram e cresceram juntas.

Quando Guerino voltou do Exército, nem dava importância para os "velhos amigos" e conhecidos, visto que os rapazes que serviam o Exército ganhavam "status" e se consideravam importantes e famosos. Mas Grandília não se apressava, como também não desistia: "Làce-lo que'l vaga onde'l vol, un giorno'l torna."( Deixe-o que vá onde quiser, um dia, volta.). E foi o que aconteceu.

Casaram na mesma localidade e lá moraram (com a família de Guerino) até o nascimento do terceiro ou quarto filho.

Posteriormente, diante da necessidade, adquiriram uma propriedade no Travessão Alfredo, a qual pertencia a Sra. Longo. Passaram a residir nesta localidade e pertencer à comunidade São João Batista do Travessão Alfredo, da qual, Guerino era associado e fez parte da Diretoria como Fabriqueiro.

Guerino cultivava parreiras, milho, trigo, feijão... criava alguns animais para o transporte, a lavra da terra, a carne, o leite... um pouco de tudo, para o sustento da família.

Grandília, para ajudar, continuou a costurar, além de auxiliar nas plantações, juntamente com os filhos maiores. Sua clientela aumentava cada vez mais. Havia pessoas de todas as localidades que procuravam seu serviço de corte e costura: os antigos clientes da região do Oitenta, do Cem, clientes de Otávio Rocha, da região de toda Nova Pádua, do Alfredo, do Martins, Camargo, e outras localidades. Grandília confeccionou muitos vestidos de noiva, ternos (fatiotas) para os noivos, vestidos e roupas, cujos modelos, ela mesma criava, sendo, portanto costureira e modista. Hoje seria denominada de estilista, modelista. Ela não dispunha de fita métrica para as medidas dos clientes, então usava a medida em barbante. Ela tinha uma maneira infalível de saber qual medida era, ao pegar o pedaço de barbante: se era a manga, a cintura , o ombro, etc. Utilizava um certo tipo de código: fazia um nó para a cintura, dois nós para a manga, três nós para a medida da frente, e assim por diante. As medidas maiores eram inconfundíveis. Assim ela desempenhava com maestria seu talento. Contam que algumas vezes perdia as "medidas" ( os barbantes eram guardados dentro do tecido), mas ela não se apertava; lembrando o tipo físico da cliente, calculava as medidas. Geralmente, quando era feita a prova, a costura estava quase exata. A pessoa que nos conta o fato, solta gostosas gargalhadas e fala que Grandília dificilmente se enganava com as medidas. Creio que ainda vivem algumas pessoas para as quais ela costurou. Não sabemos o certo quem poderia ser, pois se perdeu o contato, entretanto seria muito interessante poder falar com estas pessoas e ouvir o que têm para contar. Podemos citar a sra. Maria Boz, residente em Trav. Alfredo Chaves, a qual era muito próxima da família Stuani. Ela poderia falar algo desta pessoa contraditória e excepcional que foi Grandília. Outra pessoas que conheciam bem a costureira eram as irmãs Toscan (vizinhas): a Eurósia, a Aurélia... A esposa de Rosalino Bisinela (falecido), residentes no Trav. Bonito, também poderia fazer um depoimento a respeito da costura, pois, tanto ela como o marido, mandaram fazer o vestido e fatiota quando casaram. Eles mesmos nos contaram o fato.

Residiram por vários anos naquelas terras, tendo por vizinhos, os Toscan, Malacarne ( parentes de Guerino), Vedana e outros. Lá nasceram os outros filhos do casal, menos a caçula que nasceu em Travessão Martins, Capela São Martinho, onde a família passou a residir por volta de 1948, adquirindo o lote pertencente a Domingos Mezzomo e Sabina Ulian Mezzomo, o qual fazia divisa por cabeceira, com o lote de Travessão Alfredo. Nestas terras, o casal Guerino e Grandília viveu o restante de sua vida. Grandília faleceu em fevereiro de 1972 e Guerino, em março de 1984.

Atualmente, as terras pertencem aos descendentes do casal que teve 13 filhos: Ivo ( falecido com 9 anos, de meningite ) Ricieri, Hilário( atualmente está com 80 anos), Osório (falecido), Alda, Odila, Diva, Égide (falecida com 65 anos), Zelinda (falecida com 65 anos), Ivo Jacy (as terras pertencem ao Trav. Alfredo, contudo reside no Trav. Martins), Antonio ( nati-morto), Olinto e Maria (61anos).

Anabel Stuani Cuiva é a neta do casal Guerino e Grandília, que reside na área onde os avós Stuani residiam. Ela é filha de Olinto Stuani, casado com Genita T. Pauletti. Anabel é casada com André Cuiva, e eles têm três filhos: Marco Antonio e os gêmeos Amanda e Gabriel.

O Santo Protetor: São Vicente Ferrer

Sete anos consecutivos de granizo sobre os parreirais floridos do Travessão Martin era uma tragédia que se repetia todos os anos. Parecia praga do Egito. O desconsolo do agricultor era visível. Perdia-se, com a chuva de pedra, o trabalho do ano inteiro. Enquanto o agricultor com seu Chevrolet Brasil percorria as estradas brasileiras levando vinho e uva a granel para Jundiaí, Estado de São Paulo, na pequena cantina do Passarin, aguardava a descarga da uva gaúcha solta na lona do caminhão para produção do vinho paulista. A descarga era demorada. Na espera para o descarregamento do produto se aproxima dele um senhor em passos lentos e de fala mansa. O camioneiro conta de onde vinha e relata ao senhor o efeito do granizo nos parreirais da família. O velho Passarim olha para ele e diz: Vocês são homens de pouca fé. Peçam a proteção de São Vicente Ferrer. Que tudo será resolvido. Domingos não teve dúvidas. Na saída de São Paulo pára numa casa de um santeiro e compra uma estatueta do protetor dos vitivinicultores - São Vicente Ferrer. Chegndo em casa coloca a estatueta dentro de uma pipa de vinho que serviu de capelinha. Lá está ela até hoje. Nunca mais caiu granizo nos parreirais da família. Fé, devoção? Não sei. O fato é que o santo espantou a praga que se abatia todos os anos sobre os parreirais do seu Domingos.(Plinio@mp.com.br)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Um padroeiro para os Vitivinicultores

O Patrono dos Vitivinicultores


Para o pesquisador a descoberta é sempre uma conquista. Foi assim que as professoras no trabalho de pesquisa chegaram à descoberta surpreendente. À primeira vista uma descoberta insignificante. Porém, aos poucos os pesquisadores perceberam a luta, muitas vezes inglória, dos Freis Capuchinhos, contra a praga etílica que se alastrava por todo o lugar. Ao norte do Travessão Alfredo Chaves da XVI légua, no topo das montanhas do Rio das Antas, várias casas se espalham pelo altiplano, rodeadas por imensos parreirais. Lá habitam famílias em residências bonitas, algumas centenárias, erguidas pelos primeiros imigrantes. Ao lado delas serpenteia um córrego despejando suas águas penhasco abaixo num longo filete produzindo um véu branco de água cristalina que se avista de longe. Em queda livre a água escorrega rochedo abaixo entre musgos, pedras e plantas até alcançar outro riacho e daí para o Rio das Antas. Numa das habitações onde moram herdeiros dos pioneiros, capturaram uma informação inusitada no baú de documentos da família centenária – a gravura de São Vicente Ferrer, guardada pelo avô paterno. Ao pé da imagem está escrito - S. Vicente Ferrer, Patrono dos Vitivinicultores, Rogai por nós. O santo viveu em épocas medievais. Conta a lenda que Deus enviou seu grande pregador Vicente Ferrer à região francesa dos vinhedos para levar a mensagem de Deus e salvar as almas dos vitivinículas. Vicente era um andarilho de Deus percorrendo a região ensinando os caminhos da fé. Nas incansáveis caminhadas, os fiéis, os vinhateiros e os cantineiros ofereciam ao pregador o melhor vinho por eles produzido. Brinda um champagne, degusta um vinho, prova outro e vai achando todos de sabor bíblico e de qualidade divina. A bebida abençoada e paradisíaca transformava o corpo e a alma. De copo em copo brinda a vida com os fiéis produtores de uva e vinho da região enquanto tenta semear a palavra do Senhor. As caminhadas pelos vinhedos e cantinas dos bons vinhos eram sempre mais freqüentes. Aos poucos deixava a pregação para depois da degustação. Acaba viciado em vinho e esquece o caminho que leva ao paraíso. Enquanto o mundo girava aos seus pés lembra Noé que também bebeu além da medida o produto que ele próprio criou. Deus percebendo o estado em que se encontrava o pregador o chama para o convento e o enclausura na cela em oração monástica em longa vigília. E como castigo o chamou junto a si e lhe deu a responsabilidade de proteger todos os vinhateiros e cantineiros para não perderem o caminho do céu, alertando os seus protegidos que sempre é o último copo que faz perder o caminho do paraíso. Lenda ou verdade o fato é que o Santo foi canonizado pela Igreja Católica e é o patrono dos vitivinicultores, cantineiros e degustadores. (Plinio@mp.com.br)

sábado, 11 de setembro de 2010

Quem também morou em Alfredo Chaves!!!


Em 1893, meu avô, também morava e lecionava em Travessão Alfredo Chaves.


Ao consultar o livro " Os Povoadores de Caxias do Sul".Povoadores da Colônia Caxias. Mário Gardelin e Frei Rovílio Costa, 967p " encontrei os seguintes dados,

pág. 349:



Em 20/08/1893, Emilio Amodio, 35anos, de Nápoles, professor particular, residente no Travessão Alfredo Chaves, filho de Bartolomeo Amodio e de Silvia Pigna, ambos falecidos em Nápoles, Itália.

Casado com Carolina Viapiana, de 23 anos, filha de AnselmoViapiana e de

Cristina Rubini , moradora na X Legua. (Registro Civil da

República).



Se por ventura desejar postar a foto de meu avô e de minha avó no seu blog, desde já tem a minha permissão.

Abraços

jcamodio 
 
OLÁ JOÃO CARLOS! AGRADECEMOS IMENSAMENTE SUA COLABORAÇÃO!!!
UM GRANDE ABRAÇO PRA VOCÊ!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

EM BUSCA DAS ORIGENS...

 
Nossos cumprimentos pelo empenho e pela seriedade com que buscaram as informações necessárias para o levantamento histórico da família! Parabéns, o esforço não foi em vão, muito menos o será para as futuras gerações! Um grande abraço a todos!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Um imigrante e centenas de descendentes...